Vida de Nômade Digital | 8 verdades que são pouco (ou nunca!) ditas

0

Ser nômade digital virou sinônimo de largar o mundo corporativo, não ter mais que conviver com um chefe aterrorizando nossos dias e viver viajando… bom, pelo menos, é o que parece naqueles posts maravilhas no Instagram. Mas a verdade é que a coisa não é tão fácil quanto fazemos parecer.

Digo, fazemos porque acho que isso é, em parte, sim, culpa nossa. Da gente que mexe com as redes sociais, que posta maravilhas e dá a impressão que a vida é só aquilo ali. Mas, estou com disposição para ajudar a mudar um pouco isso e contar tudo o que precisa entrar na balança antes de alguém sair mandando a sua rotina “para as cucuias” (o termo é antigo, mas ainda é útil, viu?).

Agora, antes de entrar na minha lista: não estou sendo “mimimizenta”, não. Só tenho consciência de que a coisa não é tão moleza assim e é justo essa parte que não aparece tanto nesse mundão internáutico, né?

1A gente não leva computador para a praia para trabalhar (ou não deveria)

 

Gente, trabalho, seja no escritório ou na praia, é trabalho. Tudo bem, dou meu braço a torcer que o som do mar acalma, que a água de coco ajuda a relaxar.

Mas, adiciona aquele bando de planilhas na sua frente, a paisagem que você não está admirando porque tem que escrever aquele relatório, texto ou sei lá o que. Coloca na equação o prazo que você precisa cumprir e a areia que cisma de ficar em cima do seu computador. Virou trabalho do mesmo jeito, certo?

Por isso, prefiro mil vezes me organizar para terminar o que tiver em algum ambiente controlado e depois partir para a praia para curtir, como qualquer outro mortal.

A parte boa é que dá para ir em horários alternativos, né? Não posso deixar de contar também. 😛

2Ou você tem uma rotina, ou a coisa não funciona

A parte fácil: “não precisa ir para o escritório das 8h às 17h”. Realmente, não precisa. Você pode acordar no horário que se sentir mais confortável.

Mas o nosso próprio corpo é tão sacana, que ele monta uma rotina. Percebe só: mesmo quando você não tem despertador para te fazer levantar da cama, depois de um tempo, começa a dormir e acordar nos mesmos horários.

Do mesmo modo, a gente tem um horário mais produtivo e precisa se conhecer a esse ponto. E mais: ter uma baita disciplina para dizer “não” para aquela saçaricada na cidade que você acabou de chegar, para aquele filme no NetFlix ou aquele almocinho inofensivo no restaurante que a gente sabe que vai tomar a tarde inteira.

Sim, ser nômade digital deixa o botão “procrastinar” com acesso super fácil e essa pode ser uma derrapada e tanto.

3Caso não tenha ficado claro, a gente não vive de folga

Ok, isso é culpa dessas benditas redes sociais e do “jogo do contente” (nossa, essa é dos tempos da minha mãe!). Todo mundo só posta (ou posta mais) a parte boa do que está vivendo, fato. Esteja você sempre na mesma cidade ou pingando por várias partes do globo.

Sabe aquela coisa de postar a foto da casquinha em alguma rua interessante? Pois é. Isso acontece, talvez até mais (ok!), com os nômades. Isso porque o cenário da casquinha muda com mais frequência, mas ainda é aquela sobremesa do  tempinho no almoço, como qualquer um. Tipo, estou a caminho do coworking e vi algo legal, sabe?

E você aí, olhando pelo buraco da fechadura, pensa que é sempre assim… mas, em parte, é culpa da gente. Mas tem explicação: quem é que posta selfie trabalhando no computador?

4Fazer os outros entenderem que você precisa trabalhar é uma arte

Difícil dizer não para aquele amigo em dia de folga bem no dia que você tem uma deadline. Ou, mesmo que você viva viajando, longe dos amigos, vai acabar conhecendo gente no caminho.  E agora: como fazer essas pessoas entenderem que você precisa trabalhar?

Essa meio que complementa o item anterior: além de se fazer consciente do esforço, você também precisa manter a força de vontade frente àquele convite simpático do amiguinho

5Na maioria das vezes, você trabalha mais que antes (e não o contrário)

Principalmente quando você embarca na vida nômade, o caminho não é tão fácil quanto parecia ser. Você tem que fazer um super esforço, estudar e… trabalhar mais do que imaginava.

Seja para montar um negócio online, arrumar freelas ou ser notado na internet, tudo vai exigir muito de você. No início, então, se ainda estiver trabalhando durante o dia no seu “futuro antigo emprego” e aproveitando as horas vagas para ir tocando seu projeto digital, vai te fazer trabalhar mais ainda.

E, como agora você quer ser o dono do seu nariz, não vai ter ninguém pagando hora extra para cumprir o prazo prometido no projeto.

Pois é, nem na vida nômade sucesso vem antes de trabalho. Realmente, é só no dicionário.

Bom, a parte boa: você está fazendo o que gosta. 😉

6Nômade Digital não é rico

Como aquela reforma na casa, trocar de carro ou ficar na moda, viajar é uma questão de prioridade na vida. E isso não vai mudar porque você se tornou um nômade digital. Bom, raramente vai, já que há casos de gente que tem um faturamento fenomenal assim. Mas, sério, são exceções.

A vantagem dos nômades digitais é poder gastar o dinheiro aonde for mais conveniente. Ou seja, dá para ganhar em real e gastar em algum país do leste europeu, por exemplo, onde o custo de vida é bem menor. Mas as dificuldades de fazer caber no orçamento continuam.

7Você vai sentir falta da família e dos amigos

Se você é daqueles que vai querer trabalhar de qualquer parte do mundo, pode pensar em como se acostumar com isso. Esse efeito colateral é certo. Não tem aquela de “domingo a gente combina alguma coisa” quando a distância é mais que ponte aérea.

Ainda não descobri a fórmula de como resolver, mas a gente tenta ir manobrando os fusos trocados com WhatsApp e Skype, do jeitinho que dá.

E não só isso: experimenta algum problema de saúde, por exemplo. Você vai ter que se virar sozinho. Nessas horas, o seguro viagem é o parente mais próximo.

8Viver só com uma mala não é tão simples

Aquela coisa de fazer compras nas viagens e trazer uma mala extra com coisas para depositar em casa não rola. O estilo de vida minimalista é um bem necessário nessas horas. Você precisa desapegar mesmo!

Além disso, precisa estar muito consciente do que realmente é necessário ter na mochila/mala. Cada grama dos quilinhos que pode carregar é mais do que preciosa, não vale desperdiçar! Ainda mais porque as viagens de nômades digitais são mais longas que as de férias: afinal, para curtir a cidade e também trabalhar, você vai precisar de mais tempo.

|+ 7 dicas para uma mala compacta.|

Ah, e mais uma que vai além da mala: você agora é altamente dependente de uma boa rede wifi e não dá para levar seu plano de banda larga com você.

 

Bom, acho que deu para entender que a vida nômade não é só maravilha, né? Como tudo na vida, tem seus percalços. E, de novo, como tudo na vida, tem quem encare, tem quem não. E isso não é bom ou ruim. É só diferente. 😉


Agradecimentos ao Flickr e ao Pixabay pelas fotos desse post.
Apaixonada pela vida, tenta viver a expressão "carpe diem". Acredita que cada viagem é um meio de aprender mais sobre a humanidade e o seu próprio eu, por isso ama pôr o pé na estrada. Gosta de contribuir para que outras pessoas tenham experiências cada vez melhores de viagem, por isso quando sabe que um amigo vai viajar, já vem com sua listinha de dicas. A melhor viagem? É sempre a do momento.