Na Orla do Pôr-do-Sol, mais precisamente na praia do Mosqueiro, um povoado de pescadores a 20 km da Atalaia, começa um dos passeios mais bacanas que você pode querer fazer bem por ali na região sul de Aracaju. Logo você vai entender o porquê.

Orla do Pôr-do-Sol - Aracaju
Orla do Pôr-do-Sol

Sobre o passeio

CRÔA DO GORÉ

Da praia do Mosqueiro partem as lanchas e catamarãs em direção à Crôa (abreviação de Crôa) do Goré. O trajeto até lá leva em torno de uns 15 minutos.

No caminho, ficamos babando com as casas de veraneio dos condomínios em meio à vegetação preservada de vários manguezais nativos e ilhas de rio. Daí a pouco, avistamos a Crôa: um banco de areia que vira uma ilhazinha bem no meio do rio Vaza-Barris quando a maré fica baixa. Ela só fica visível por umas 5 a 6 horas por dia!

Assim que chegamos na ilha, o bar flutuante já vai chamando a atenção. O bar disponibiliza cadeiras e sombrinhas para os visitantes. Também servem comidas variadas e típicas da região como caldinhos de frutos do mar, peixe-frito, sururu, aratu, pastéis de camarão e por aí vai.

Chegando - Crôa do Goré - Aracaju
Chegamos na Crôa!

Pisando na Crôa, já sentimos a fofura da areia nos pés. A umidade ajuda muito nisso, já que ela passa a maior parte do dia debaixo d’água.Como chegamos cedo e a maré estava baixa, tinha um bom espaço para as pessoas se espalharem.

A água do rio é quentinha, mesmo de manhã, e dá para ver a areia amarronzada do fundo junto com os caranguejinhos tentando escapulir. Aliás, tanto na ilha quanto nos arredores dela, dá para ver os caranguejos e os tais gorés, que são uns crustáceos menores e clarinhos, tentando fugir da gente. Por conta disso, tem a presença de alguns barcos de pescadores na região, que ficam atrás desses bichinhos.

Goré - Aracaju

Pescadores - Crôa do Goré - Aracaju

Além de ser morna, a água é tranquila para se banhar. As crianças mesmo conseguem se divertir, pois a área mais próxima da Crôa é bem rasa e não tem ondas. Mas, papais, fiquem ligados que a maré sobe aos poucos!

Cabana - Crôa do Goré - Aracaju

 

Enquanto uns aproveitam para petiscar e outros para se banhar, também há quem aproveite para fazer canoagem e stand-up paddle. Quando fomos (março/2016), o preço de 20 minutos de stand-up estava por R$ 10.

Depois de algumas horas, a maré sobe e a crôa some. No fim, você só consegue ver a parte de cima das sombrinhas lembrando o que tinha por ali há algumas horas. Saímos de lá em torno das 11h da manhã e muito da areia da Crôa já estava debaixo d’água… #glubglub

ILHA DOS NAMORADOS

Saindo da Crôa, partimos em direção à Ilha dos Namorados. O trajeto de Catamarã leva em torno de uns 20 minutos.

O percurso passa por pontos interessantes como a Ponte Jornalista Joel Silveira (o tal jornalista das guerras, como é conhecido por lá), que liga Aracaju à cidade de Itaporanga d’Ajuda, pertinho da Bahia. Também nos deliciamos com a vista da península do Viral, que rende um outro passeio. Daí, já deu para ver o encontro do Rio Vaza-Barris e o oceano e sentir o efeito das ondas, mas nada absurdo.

Ponte Jornalista Joel Silveira - Aracaju
Ponte Jornalista Joel Silveira
Praia do Viral - Aracaju
Praia do Viral

Aqui mora uma curiosidade histórica: foi nessa região em que os navios mercantes brasileiros foram torpedeados pelos alemães, o que fez o Brasil entrar na Segunda Guerra Mundial. Os tais navios brasileiros carregavam barris que, depois do afundamento das embarcações, ficaram boiando pelo rio. Com o movimento das águas, os barris vazavam e daí o rio passou a ser conhecido como Vaza-Barris. O nome antigo era Mel Vermelho.

Península do Viral - Aracaju
Encontro das águas do Rio Vaza-Barris e do oceano na Península do Viral

Depois de pouco tempo, finalmente avistamos a Ilha dos Namorados, outra que tem esse nome por uma lenda de dois namorados que ficaram naufragados na área. De cima do Catamarã, você já avista, lá pela meiuca da ilha, algumas piscinas naturais, que são rasas e quentinhas.

Além disso, para quem foi de Catamarã, eles tem uma infraestrutura montada na ilha. Eles tem um bar/restaurante montado na ilha e deixam à disposição jogos de frescobol, bolas de vôlei e futebol. Tem até uma rede de vôlei montada! Para quem está a fim de curtir um descanso, há cabanas com esteiras e almofadas, além de cadeiras e mesas numas tendas maiores, que acabam sendo mais usadas por quem consome no bar/restaurante.

Ilha dos Namorados - Aracaju
Cabanas para descanso e algumas tendas na Ilha dos Namorados

O bar/restaurante tem bebidas e alguns pratos para almoço. Para ter acesso aos quitutes, precisa comprar fichas no próprio Catamarã. O valor das fichas vai depender do quanto você imagina que vai consumir. Para isso, só dar uma olhada no cardápio. 😉

As pessoas que tem algum medo de se banhar nas águas ao redor da ilha também encontram seu lugar de sossego para fazer isso: eles deixam marcada uma área considerada segura para banho. Nessa área, tem umas redes para descanso bem dentro da água e bóias, que foram bastante concorridas de início. Depois o povo vai andar pela ilha, se distrai com outras coisas, e todo mundo consegue sua vez.

Redes - Ilha dos Namorados - Aracaju
Redes para descansar na água

Falando em banho, aqui, a água é misturada entre rio e oceano, lembram? Então, chegam algumas ondinhas na ilha, mas nada demais. Além disso, como a água do oceano é fria, de vez em quando a gente sente uma onda geladinha no meio da água morna.

Quem vai de lancha, acaba não podendo desfrutar dessa infraestrutura na ilha e acaba sendo um passeio mais para conhecê-la mesmo. No caso, ver o encontro do rio com o oceano, se banhar nas águas, de repente comprar alguma coisa de uma barraquinha que o pessoal da lancha monta e voltar.

Enfim, depois de 1h30 na Ilha, foi hora de voltar para bordo do Catamarã e partir para a Orla do Pôr-do-Sol, novamente.

Dicas

– Nos finais de semana e feriados, especialmente durante o verão, o movimento é grande, já que os sergipanos também adoram esse passeio. Se pretende ir nessas datas, agende com antecedência. As embarcações tem uma lotação máxima e você consegue reservar fechando um pacote com as agências de turismo da região ou antecipadamente no site da empresa do Catamarã.

– Durante a semana, o movimento das lanchas e catamarãs é menor. Para ter uma saída, é necessário ter, pelo menos, 4 pagantes a bordo. Na baixa temporada, não estranhe se chegar a encontrar só lanchinhas realizando o passeio.

– Os Catamarãs são embarcações mais estáveis e mais confortáveis (tem até wi-fi a bordo!). Além disso, chegando na Ilha dos Namorados (como deu para ver), eles tem uma infraestrutura melhor te aguardando. Se você vai com crianças ou idosos, essa, provavelmente, é a melhor opção.

– Se quiser fazer o passeio mais no seu ritmo, as lanchas são uma boa opção. Além de serem mais rápidas que os Catamarãs, tem menos gente a bordo (isso se não for só você e sua família/amigos), então, dá para distribuir o tempo do passeio mais para o gosto do grupo. Só falar com o sujeito da lancha.

– Se for fechar um pacote com alguma agência, pesquise bem pois a variação de preços é boa. O ganho delas está no transfer. A gente encontrou preços mais baratos nas agências menores, já que, para competir com as grandes, eles acabam colocando preços mais em conta no transfer. Se estiver na Orla da Atalaia, tem algumas na feira do Turista.

– Se programe para pegar as embarcações cedo: quanto mais cedo chegar, conseguirá aproveitar mais tempo da Crôa, além de conseguir se alojar em alguma das mesas do bar, que são poucas até para um catamarã cheio. Nosso grupo foi o primeiro a pisar na ilha, por volta das 9h20.

– Falando em mesas, escolha as que estiverem mais longe da água. Assim você corre um risco menor de ver seus chinelos boiando, enquanto estiver se banhando e a maré subindo!

– Há quem diga que o passeio não vale a pena por conta da presença de muitas águas-vivas no local. Elas estão na área mesmo, mas você vai ver mais delas na praia do Mosqueiro. A gente não viu as ditas cujas nem na Crôa, nem na Ilha dos Namorados. Mas é sempre bom observar ao redor antes de entrar na água!

– Para comer, você pode escolher entre o bar da Crôa ou o da Ilha dos Namorados (caso vá de Catamarã). Ainda tem a opção de esperar retornar para a Orla do Pôr-do-Sol e parar no Bar do Kid. Neste caso, se estiver com transfer agendado, combine com o motorista de te buscar mais tarde.

– Leve uma muda de roupas para trocar na volta. Assim, você sai sequinho do Catamarã depois do passeio.

Funcionamento

Os catamarãs tem passeios de terça a domingo, às 9h, com previsão de retorno às 14h. Há passeios extras de quinta a domingo, às 11h, com previsão de retorno às 16h.

As lanchas saem quanto tem quorum suficiente e tem horários negociáveis.

Como chegar

Táxi

Indo de táxi, a partir da Orla da Atalaia até a Rodovia dos Náufragos, na Praia do Mosqueiro, a corrida costuma sair por algo entre R$ 55-65 e leva uns 25 minutos.

Transfer

Várias empresas fazem o pacote do passeio. Mas, na verdade, o que vai variar no preço será o transfer, já que o passe para o Catamarã você paga lá na hora.

O lado ruim dessa opção é que você sai às vezes bem mais cedo do hotel pois a van vai fazer paradas para buscar outras pessoas também. No nosso caso, saímos às 8h do hotel para estar às 9h na Orla do Pôr-do-Sol.

Pela Nozes Tur, uma das maiores agências que achamos lá, o translado é R$ 50/pessoa. Na Padrão Tur (bem ao lado da Nozes Tur na Orla da Atalaia), o translado sai por R$ 40/pessoa, mas às vésperas do passeio não tinha vaga. A Solar Turismo, uma menorzinha na feira do Turista, oferece o translado a R$ 25. Para todos os valores, subtraí o valor do Catamarã.

Ônibus

As linhas 600-1 – Circular Praias 01, 600-2 – Circular Praias 02 e  717 – Mosqueiro/Centro passam por lá  e custam R$ 3,10.

Custos

Para o Catamarã:

Crôa do Goré R$ 25
Praia do Viral R$ 35
Crôa do Goré + Praia do Viral R$ 50
Crôa do Goré + Ilha dos Namorados R$ 60

Crianças até 5 anos não pagam e aquelas entre 6 e 9 anos pagam meia.

Para as lanchas:

A Heloísa (do Viaje na Viagem) informou que o custo do passeio para a lancha em 2015 costumava sair por R$ 30/pessoa. Como o preço do Catamarã aumentou, imagino que o da lancha também tenha sido reajustado.

Onde comprar ingressos

Na verdade não é bem ingresso, mas sim o passe do Catamarã. A reserva pode ser feita com as agências de Turismo, onde o pagamento só é feito mesmo lá na hora com o pessoal da embarcação,  ou no site do Catamarã, em que as instruções de pagamento são enviadas para o e-mail da pré-reserva.

Se for de lancha, só comprando na hora mesmo.

Duração do passeio

No caso do Catamarã, a gente fica 1h30 na Crôa do Goré e o mesmo tempo na Ilha dos Namorados. Somando com o tempo de navegação e o de as pessoas se reunirem a bordo a cada parada, dá umas 4h30 a 5h de passeio.

O tempo do passeio de lancha depende do grupo.

Como se vestir

Vá com as suas roupas de banho, saída de praia/bermuda, chinelos e uma toalha. Não esqueça de levar uma roupa extra para trocar na volta. 😉

Público-alvo

Todas as idades, sem restrição! Inclusive, no nosso tour tinha bastante gente idosa aproveitando bem mais que muito jovenzinho por aí.

Mais informações

Bar do Kid

Endereço Rua José Francisco Matias, 134
Telefone  (+5579) 99919-8711

Catamarã da Crôa do Goré

Endereço Praia do Mosqueiro, Orla do Pôr do Sol.
Telefone (+5579) 99955-3620
E-mail contato@croadogore.com.br
Apaixonada pela vida, tenta viver a expressão "carpe diem". Acredita que cada viagem é um meio de aprender mais sobre a humanidade e o seu próprio eu, por isso ama pôr o pé na estrada. Gosta de contribuir para que outras pessoas tenham experiências cada vez melhores de viagem, por isso quando sabe que um amigo vai viajar, já vem com sua listinha de dicas. A melhor viagem? É sempre a do momento.

8 COMENTÁRIOS

  1. PARA TUDO QUE EU NÃO ESTOU ACREDITANDO que você veio pra minha cidade! Bom de mais esse estado tão pequenininho. Adorei os locais que você visitou, as fotos ficaram incríveis. Acho que você poderia ter conhecido também a serra de Itabaiana, lá é bom de mais, fora as cachoeiras que são incríveis.
    Beijos, Bunny and Sara

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