Roteiros de carro pela África do Sul são super comuns, principalmente no caso de quem pretende seguir por rotas como a Panorâmica até o Kruger ou a Jardim, de Porto Elizabeth até Cape Town. E, muita gente fica na dúvida se gasta ou não aqueles reais a mais para tirar a Permissão Internacional para Dirigir (PID), ainda mais porque, no Brasil, ela sequer tem o valor padronizado – apesar do formato ser, sim, o mesmo.
Afinal: precisa ou não?
Para começo de conversa, a Convenção de Viena sobre Tráfego Rodoviário, há muitos e muitos anos (1968), é que foi a responsável por padronizar a tradução da carteira de habilitação e firmar um acordo que permite que um cidadão conduza veículos da mesma categoria da sua permissão original em território estrangeiro, no caso dos países que aceitam a tal convenção – entre eles, a África do Sul.
Assim, na teoria, para alugar um carro e dirigir no país por até 180 dias a partir do ingresso no país, seria preciso ter uma habilitação válida (CNH). Nesse caso, o desejável é ter todas as informações traduzidas. Ou seja, para o nosso caso, o ideal seria ter em mãos a PID. Nas viagens que ultrapassam esse prazo, aí, sim, a PID é obrigatória nos países que fazem parte da Convenção.
Agora vamos embolar um pouco o meio de campo? O Portal Consular do Itamaraty diz o seguinte: “A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) brasileira é aceita na África do Sul, pelo prazo de sua validade, desde que seja convalidada pela Embaixada. Essa validação é realizada por uma declaração em inglês do conteúdo do documento.” Ou seja, melhor ter a PID para evitar a fadiga.
Partindo para a prática: embora as locadoras possam, sim, recomendar a PID para o aluguel de veículos no país, isso nem sempre acontece. Já tive casos de a Avis exigir e a Hertz, não. Enfim, se você quer muito economizar, entre em contato por email com a empresa onde deseja alugar e questione se eles pedem a permissão internacional. Se informarem que não exigem, imprima a resposta e leve com você para comprovar.
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E se eu for parado pela polícia rodoviária? Para ter sossego, melhor ter a PID
Isso, realmente, pode acontecer. E, pasme ou não, é mais comum que você imagina. Só no trajeto da Rota Jardim, nos poucos momentos em que decidi sentar ao volante (sou super preguiçosa para dirigir, meu povo!), fui “pega” duas vezes. Mas, em ambas, tinha a PID em mãos com a CNH acompanhando e, não levou muito tempo, percorrendo a estrada de novo.
Nesses casos de cruzar com a polícia rodoviária é que a PID é uma boa pedida: ela economiza o estresse. Afinal, do mesmo jeito que aqui podemos encontrar agentes de trânsito que simplesmente não vão com a nossa cara, lá na África do Sul, também pode haver – sim, dias ruins existem em qualquer canto do mundo. E, aí, se ele tiver dificuldade de localizar os números da habilitação, entender a sua categoria ou algo do tipo, sem a PID, você está por sua conta e risco.
Se liga nos detalhes…
- Fique atento, pois a PID só é válida quando acompanhada da habilitação – tanto em território nacional (onde ela tem basicamente zero utilidade, já que nem como identidade serve) como estrangeiro.
- Para quem emitir a PID nos próximos meses: ela está com a validade reduzida. Agora, só vale por, no máximo, 3 anos ou até a data de expiração da CNH, o que vier primeiro. Por isso, se a sua CNH está com mais de 3 anos de validade, não exagere na antecedência para tirar a permissão internacional.
Adorei o post! As dicas e informações são ótimas e muito fáceis de entender. Pretendo conhecer a África do Sul e este post vai me ajudar muito. Bjs
Que ótimo, Vivi! 🙂
Adorei as dicas. Estou indo pra lá em janeiro e já repassei pra galera!
Opa, valeu, Dri!!! 🙂
Tão complicada essa questão, né? Se o valor fosse mais baixo, com certeza todo mundo iria preferir emitir. Escrevi um post recentemente sobre a PID e na pesquisa descobri que na Bahia o valor é um assombro: $612!
Eu já dirigi em vários países e nunca pediram na hora da locação. Fomos parados pela polícia uma só vez, em Key West-EU, e apresentamos a CNH, o que também não gerou problema.
Sim, na Bahia o valor é assombroso. O mais caro do Brasil! Assim, é um “risco” que se assume em levar a CNH. Vale sempre conferir com o consulado do país para não ser pego de surpresa.
Bom saber de tudo isso, pois África do Sul está em meus planos imediatos de viagem. Quero muito ir ano que vem e é bom não vacilar né?! beijinhos
Verdade, Ana! 😉
Gosto muito de viajar e de dirigir! Quando posso em nossas viagens alugo um veículo e exploro o lugar. Foi muito bom saber que para a Africa do Sul é melhor ter a PID em mãos juntamente com a CNH. Valeu!
Nada! Sempre às ordens. 🙂
Excelente post! O melhor que li até agora sobre o uso da PID. Vc sintetizou muito bem sobre o documento e esclareceu com muita propriedade o seu uso no exterior. Tds os Detrans e entidades homologadas pelo DENATRAN, deverão emitir a PID no novo padrão a partir de 1/2/2018. Se vc me permite, gostaria de fazer duas pequenas observações ao texto: a Convenção de Viena é de 1968 e a PID não é válida no território nacional. Se for útil pra vc, siga este link. Ele contém lista das 75 Partes Contratantes (como são chamados os países que ratificaram ou fizeram adesão à Convenção de 1968, incluindo o Brasil) nas quais a PID é válida. É o oficial da ONU. Obrigado!
Oi, Luiz. Muito obrigada pela informação! Foi confusão com a data da Convenção de Viena sobre o direito dos Tratados, que foi de 1969.
Sobre a PID, segundo o site do DETRAN (aqui, um deles), a PID não substitui a CNH em território nacional, como quis colocar no texto. 😉
Mais uma vez obrigada e seja sempre bem vindo! 🙂
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