Quer saber uma parada praticamente obrigatória para quem visita Paris e tá com um pouco mais de tempo? Versailles. O bichinho tem uma história rica e incrível, além de uma beleza e exuberância incomparáveis. E, como vocês sabem, tudo o que é lindão é copiado. Então, não se surpreenda se passar por outros palácios europeus e encontrar certas semelhanças na decoração… Agora já sabem de onde veio a inspiração! MAAAAAS, nenhum deles vai se comparar ao Palácio de Versailles. #sorryguys

Sobre o passeio

Você chega em Versailles e, não muito longe da estação de trem, já se depara com aquele palácio gigantesco e sente que o seu apê é tão insignificante perto de tudo aquilo lá. Parecem os portões do céu ou, pelo menos, como a gente acaba os imaginando. É tanto dourado e o brilho da luz da manhã só ajuda a deixar tudo mais evidente para os olhos! Não é só tamanho, é uma beleza difícil de esquecer.

Você imagina se deparar com toda essa beleza de manhã?!?

Então, a terça-feira feliz começava ali, pensou a pessoa até… se deparar com a fila gigante na entrada do palácio logo de manhãzinha (eram 08:30!). Tinha fila para a compra de ingressos e fila para quem usava o Paris Museum Pass, ali deu para ver que o passe adianta, mas não faz milagre. Cheguei a perguntar aos outros turistas se a fila era aquela mesmo para quem já tinha o passe… Enfim, o jeito foi aproveitar para tirar muitas fotos na entrada enquanto eu e o maridinho nos alternávamos na fila. Conseguimos, finalmente, entrar às 09:30 para dar início ao passeio.

Capela real, um dos primeiros lugares que a gente vê (não é permitido entrar durante a visita)

Durante o passeio, você tem direito a um audio guia em diversos idiomas (inclusive português! De Portugal, mas tá valendo!) que te explica timtim por timtim  a serventia de cada cômodo, quem usava, quando usava. Esse guia é bem bacana porque ele dá o sentido do passeio só que é você quem vai ditando o ritmo.

Aposentos do rei

De tudo, uma coisa que me impressionou bastante foi como Louis XIV era obcecado por se equiparar a um deus grego e, por conta disso, a decoração do castelo tem muito da inspiração na cultura greco-romana. Tanto é que os cômodos grandiosos tem, cada um, um deus mitológico como tema.

Detalhes da decoração dos Grands Apartments (os aposentos dos monarcas, suas salas, ante-salas e cia), o rei era louco por cultura greco-romana, né não?

O passeio no interior do palácio terminou umas 13:00. Estrategicamente, no final dessa etapa, tem um restaurante e um café Angelina nos esperando. Para o restaurante, o preço não era muito amigo e, muito menos, a espera. De novo, fizemos como os parisienses, e passamos no café mesmo (com preço e fila menores!) e compramos dois combos de sanduíche + sobremesa + água por 11 €*, cada. Como é normal na França, os sanduíches são feitos com baguetes grandes, o que dá uma boa refeição. O ruim é que o estoque da lanchonete não pareceu contemplar o fluxo de turistas e alguns sabores do sanduba já tinham acabado quando a chegou a nossa vez…

Beleza, alimentados! Descendo as escadas na saída do restaurante/café, temos a oportunidade de conhecer os aposentos das “Mesdames”, que pertenceram às princesas Adelaide e Victoire e foram restaurados em 2013. Aí, cês ficam que nem eu e perguntam: depois do bando de quartos que a gente viu, os delas não estavam lá??? Não, não estavam.

Acesso aos aposentos das princesas… o Grand Trianon, que era um palacete privado do rei, tem um hall com chão semelhante.

Daí, percorremos um salão mais simples, bem claro, com algumas esculturas greek/roman inspired e seguimos para os locais onde as princesas descansavam e passavam boa parte de seu tempo estudando poesia, música e artes. A visita nesta parte é relativamente mais rápida, também sendo explicada pelo audio guia. São “só” 9 cômodos entre quartos, salas, ante-salas, uma biblioteca e outros. Quando chegamos lá, nos espantamos com a simplicidade dos aposentos perto de tudo o que tínhamos visto no restante do Palácio. Eram luxuosos? Sim. Mas não tinham a grandeza dos cômodos dos monarcas. Aí a gente se deu conta: uma coisa é ser princesa, outra é ser rainha.

Quarto da princesa Victoire

O áudio guia deu bye-bye nesta etapa mas o passeio não acabou! Depois disso, nos dirigimos ao acesso aos três jardins e, para entrar, tivemos que comprar ingressos, pois era uma terça e o Paris Museum Pass só dá acesso ao Palácio e aos Trianons. O preço não é ruim (já já falamos dele) e não vale desanimar de pagar (por incrível que pareça não teve fila, praticamente!), porque o que vem adiante vale MUITO a pena ver. Afinal, só pelas pinceladas que tivemos deles pelas janelas do Palácio, já dava para ver que eram especiais. Não é de surpreender que tenham levado 40 anos para ficarem prontos!

Espiando os jardins de dentro do Palácio

Passamos boa parte da tarde desfrutando esses jardins. Compramos um sorvete italiano na sorveteria que fica dentro dos próprios jardins e fomos andando, admirando a beleza das fontes e plantas trazidas de diversas partes do mundo diretamente para o “quintal” do rei. E quando achei que já tinha visto tudo, me deparei com a calmaria de um jardim musical!

A diversidade dos Jardins de Versailles não cansa mesmo!

Depois de recuperarmos o fôlego, partimos a pé mesmo para os Trianons. Para quem não sabe tem o Grand e o Petit Trianon. O primeiro era uma “casa” particular do rei, onde ele poderia levar suas visitas e amigos mais íntimos. O segundo foi cedida pelo rei Louis XVI à Maria Antonieta e cumpriu a mesma função. Antes disso, dizem que era usado pelo rei Louis XV para se encontrar com sua amante preferida. #frustration

Adoro a história de Maria Antonieta, então acho que vocês conseguem imaginar a minha empolgação quando cheguei ao Petit Trianon! Se deparar com os Petit Trianon é se deparar com a grandiosidade do amor de Louis XVI e sua rainha. Lá a gente tem acesso aos aposentos particulares da rainha, para onde ela fugia rumo a simplicidade campestre que tanto amava. É impossível não perceber os gostos dela em cada detalhe desse espaço.

Por dentro da casa da rainha: Maria Antonieta adorava jogos! Petit Trianon, um lugar especial da rainha Maria Antonieta

No final do dia, estávamos muito cansados e decidimos voltar para Paris, onde só conseguimos comer um frango caprichado num restaurante charmosinho em Les Halles mesmo, que era onde estávamos hospedados. Depois disso, nos entregamos ao sono para recuperar as forças para o próximo dia na Cidade da Luz.

*preços de setembro de 2014.

Dicas

Versailles é um dos maiores palácios do mundo (para não dizer O MAIOR), com 700 hectares de parque e 700 quartos! Por isso, reserve, pelo menos, um dia para visitá-lo. Para vocês terem noção, tem até passe de 2 dias por conta da imensidão do negócio…

– Antes de planejar a sua visita, é uma boa dar uma olhada na média de visitantes para o período e escolher o dia mais tranquilo. Obviamente, na alta temporada vai ser meio difícil achar um melhor dia, mas não custa tentar.

– Falando em alta temporada ou num dia concorrido, é bom aproveitar muito bem e com calma cada cômodo, já que os visitantes seguem a mesma direção e o fluxo dificulta quem decide voltar em algum lugar na direção contrária. Isso vale especialmente para a Sala dos Espelhos, um dos últimos do passeio. É um salão MA-RA-VI-LHO-SO, lindo de viver e um dos locais mais concorridos. Tirar uma foto lá foi tão complicado que a gente resolveu dar a volta no castelo todo de novo só para ter uma recordação melhor do lugar.

A exuberante Sala dos Espelhos… sabiam que aqui foi assinado o Tratado de Versailles da Primeira Guerra Mundial?

– Para evitar de enfrentar a fila da bilheteria e a fila da entrada seguidas, compre os ingressos online ou use o bendito Paris Museum Pass. Mas lembrem que dependendo o dia, não tem muito milagre e vai ter uma filinha de entrada. Só que é melhor enfrentar só essa fila do que somá-la com a da bilheteria.

– Se você for como nós que leva tripé para as fotos, dentro do Palácio não é possível usá-lo e deverá deixá-lo no guarda volumes da entrada. Mas não se preocupe que quando devolver os audioguias será possível recuperá-lo e usar nos jardins.

– Como disse antes, depois do término da visita aos Grand Apartments, que são os aposentos dos monarcas, Sala dos Espelhos e cia, tem um restaurante/café Angelina e um restaurante Le Grand Café d’Orléans. Se quiser um almoço chique, prepare o bolso e vá em frente. Se não, guarde seu dinheirinho para um lanche na Brasserie de la Girandole ou um sorvete no Buvette du Dauphin, que ficam nos jardins, ou  na La Parmentier de Versailles, para os lados do Grand Trianon.

– A beleza dos Jardins, infelizmente, não pode ser desfrutada por quem vai no inverno, já que tudo fica coberto de neve. Então, se quiser ver tudo repleto de flores e verde, a melhor época é na primavera ou início do outono.

– Para curtir ainda mais as belezas dos Jardins, é possível assistir aos espetáculos das Grandes Águas Musicais (Les Grandes Eaux Musicales) às 11:00 e 15:30 nos finais de semana de abril a outubro e outras datas especiais que podem ser consultadas  aqui.  Os ingressos podem ser adquiridos online ou  nos caixas de entrada dos jardins. O valor é 9 €.

– Se bater muito cansaço (e isso pode acontecer especialmente se fizer todo o passeio num dia só), tem como fazer o trecho Jardins-Trianons com a ajuda de um trenzinho, que percorre todos os domínios da rainha. O trajeto total é de uns 5 km e tem paradas no Petit Trianon, Grand Trianon e Grand Canal. Até o final de 2015, o custo do trem era 7,80 €. Além disso, dá até para ter audioguias pagando 1,50 € a mais. Os horários e a frequência dos trenzinhos variam de 15 minutos a 1 hora, dependendo do dia da semana e da época do ano. Bem aqui vocês conseguem ver os horários direitinho.

– Se quiser mais liberdade que o trenzinho te dá, é possível alugar um carrinho elétrico por 32 €/hora. Para isso, precisa ter uma carteira de motorista no ato. Particularmente, acho que basta escolher um dia em que trem circula com intervalos de horário menores que dá para ser bem atendido sem descolar tanto dindin.

– As visitas mais demoradas são ao Palácio e Jardins, então comece por eles. Até porque: são os principais e mais bacanas! Além disso, é possível visitar os Trianons e domínios de Maria Antonieta menos de uma hora, cada um.

Funcionamento

Lugar

Baixa Temporada

(01/11 a 31/03)

Alta Temporada

(01/04 a 31/10)

Palácio Terça a Domingo – 09:00 às 17:30

Fechamento da bilheteria às 16:50

Terça a Domingo – 09:00 às 17:30

Fechamento da bilheteria às 17:50

Trianons e domínios de Maria Antonieta Terça a Domingo – 12:00 às 17:30

Fechamento da bilheteria às 16:50

Terça a Domingo – 12:00 às 18:30

Fechamento da bilheteria às 17:50

Jardins Todos os dias – 08:00 às 18:00 Todos os dias – 08:00 às 20:30
Parque Todos os dias – 08:00 às 18:00 Todos os dias – 08:00 às 20:30

Última entrada para veículos às 19:00 e para pedestres às 20:00

Custo da visita

– Há opções de passes de 1 dia por 18 € ou de 2 dias por 25 €. O preço dos passes sobem para 25 € e 30€, respectivamente, para os dias em que as Grands Eaux Musicales e os Jardins Musicaux estão funcionando. Esses passes permitem visitar tudo: o Palácio, Trianons, Domínios de Maria Antonieta e os Jardins Musicais.

– O custo de visita aos Jardins é gratuito exceto nas terças, sábados e domingos em que as Grands Eaux Musicales e os Jardins Musicaux estão funcionando. Mas o custo é irrisório: 8 €. Para assistir ao show das Grands Eaux Musicales, esse custo passa para os 9 € que tinha falado antes.

– Para entrar só no Palácio, o custo cheio é 15 € e o reduzido* é 13 €.

– Para acessar apenas aos Trianons e aos domínios de Maria Antonieta, o custo (único para os três) é 10 € e o reduzido* é 6 €.

– O Paris Museum Pass dá acesso ao Palácio e aos Trianons. A entrada nos jardins é paga a parte.

– Nos primeiros domingos de novembro a março a entrada é gratuita!

– Há gratuidade para menores de 18 anos, menores de 26 anos residentes na UE, estudantes e professores de estabelecimentos franceses, deficientes e seu acompanhante adulto, desempregados franceses, entre outros.

*As tarifas reduzidas são aplicáveis a casos específicos como quem tem o ticket do Musée des Beaux-Arts d’Arras, sócios dos museus nacionais, titulares com o cartão de desconto para famílias numerosas e visitantes pagando a entrada com Chèques-Vacances (cheques-férias), ou seja, aplicável a casos particulares de franceses. 😛

Como chegar

Como em Paris, a melhor opção é o transporte público, sem dúvida. Para isso, compre o bilhete de trem para a Zona 4 (atenção a isso porque pode ter fiscal cobrando durante a viagem!) e pegue a linha amarela C5  sentido Versailles Rive Gauche ou Versailles Chantiers. Aí, descanse até chegar a estação final.

A estação de Versailles Rive Gauche

O quanto você vai andar, depende de sua estação final. Se for a Versailles Rive Gauche, tem uma breve caminhada de uns 10 minutos até o castelo. Já a Versailles Chantiers, exige um pouco mais de disposição, pois a distância é aproximadamente o dobro.

Como se vestir

O melhor que posso dizer é: vá com um sapato confortável porque você vai andar bastante!

Público alvo

É um passeio interessante para toda a família, embora ache que as crianças de colo ficariam um pouco entediadas.

Mais informações

O site do Palácio é recheado de informações práticas e históricas para consultar.

Apaixonada pela vida, tenta viver a expressão "carpe diem". Acredita que cada viagem é um meio de aprender mais sobre a humanidade e o seu próprio eu, por isso ama pôr o pé na estrada. Gosta de contribuir para que outras pessoas tenham experiências cada vez melhores de viagem, por isso quando sabe que um amigo vai viajar, já vem com sua listinha de dicas. A melhor viagem? É sempre a do momento.

12 COMENTÁRIOS

  1. After exploring a handful of the blog articles on your web site, I truly appreciate your way of blogging. I added it to my bookmark site list and will be checking back in the near future. Please check out my website too and tell me what you think.

Comments are closed.