Fazer viagens internacionais e aproveitar para dar aquela passada básica no Free Shop é quase que uma tradição. Afinal, quem vai dispensar a oportunidade de fazer compras isentas das famigeradas taxas? No entanto, dependendo do que for adquirir, isso pode virar uma senhora dor de cabeça.

Nem digo tanto para os perfumes ou roupas, embora essa hipótese nunca esteja descartada. Mas, imagina no caso dos eletrônicos? Você compra tudo embaladinho ali e, na empolgação, leva sem testar. Porque, no fim das contas, que problema pode ter? Só que, chega a hora de usar e… não quer funcionar?! E agora?

Se eu já passei por isso? Murphy me ama! Então: sim. E vou contar isso para vocês também, só continuar aqui embaixo. 😉

Free Shop - Dubai
Quem resiste a um bom Free Shop? (Foto: Flickr/Patrik Nemes)

As trocas no Free Shop

As Regras no Dufry

O Free Shop dos aeroportos brasileiros costuma ser operado pela Dufry. Em geral, as trocas e/ou devoluções são realizadas pelas lojas:

  1. Dentro do prazo de 30 dias da data da compra.
  2. Com a apresentação da nota de compra. Por isso, não a jogue fora de jeito nenhum!
  3. Somente no país onde as compras foram feitas. Então, aqui fica um conselho: prefira o Free Shop do país onde você mora.

Esses requisitos valem para os casos de produtos com ou sem defeito.

No caso específico daqueles sem defeito, eles devem estar sem qualquer marca de uso, em perfeitas condições, na embalagem original, fechada e, se tiver acessórios acompanhando, devem estar lá também.

Quando os produtos apresentarem defeito, você também pode pedir o reparo do produto, respeitando o mesmo prazo de 30 dias da data da compra.

Free Shop - Oslo
Antes de comprar, saiba das regras de troca. É sempre bom, vai que… (Foto: Wikimedia Commons)

Como fazer a troca?

Na loja

Se você for passar pela loja do Dufry novamente, pode se dirigir ao caixa apresentando a nota, informações do vôo e documento usado na hora da compra, e solicitar a troca/reembolso.

Algumas lojas costumam orientar de entrar em contato com o SAC, alegando restrições da Receita Federal. No entanto, a legislação brasileira não proíbe que isso seja feito. A única restrição é respeitar a cota individual e intransferível de 500 USD ou estar disposto a declarar e pagar a taxa de 50% sobre o valor que extrapolar. Ou seja, se trocar por um produto mais caro, não será considerada apenas a diferença de preço e sim o valor integral do novo bem. A Receita Federal não é chamada de leão a toa, né não? 😉

Fora da loja

Caso não tenha como retornar até a loja do Dufry dentro do prazo permitido para as trocas, você pode contatá-los através do SAC, por telefone (0800 72 38379) ou chat. Nesse contato, esteja com as informações do produto que deseja trocar, documentos usados na compra (mesmo que seja de terceiros), os dados do vôo e a nota de compra em mãos.

Você vai poder optar por realizar a troca no aeroporto ou via Correios. Em ambos os casos, vai ter que repassar ao Dufry uma cópia do passaporte utilizado e da nota de compra. Mas fica tranquilo: todo o procedimento que vai precisar tomar é informado por e-mail.

Caso realize a troca no aeroporto, o Dufry informa quando o produto estará disponível, o aeroporto e o portão ou a loja para retirada.

A opção pelos Correios é um pouco mais cômoda, mas você precisa enviar também uma autorização de troca via Correios junto com as demais informações e o produto. E não se preocupe que o Dufry vai ressarcir os gastos com o envio também. Depois, você recebe o produto na sua casa e/ou o ressarcimento na sua conta.

Dito isso, preciso te contar um detalhe importante: tem diferença desse caso de troca e aquela realizada diretamente na loja, ainda na área de embarque/desembarque internacional e, portanto antes de passar na Receita Federal.  Quando você faz o procedimento depois que saiu do aeroporto, só pode trocar por produtos com valores menores ou iguais ao que comprou. Por que? É simples: você já declarou/passou pela Receita Federal. Assim, fica garantido que você não vai ultrapassar a cota estipulada.

Funcionamento do SAC do Dufry: Segunda a sábado, exceto feriados nacionais, das 7h às 19h.

Perguntas e respostas comuns

O Free Shop troca qualquer produto? Não. O Free Shop não faz trocas de roupas íntimas. Acho que nem precisa explicar o motivo, né?

Do ponto de vista das trocas: melhor comprar no aeroporto, no avião ou no navio? Sem dúvida, no aeroporto. O Dufry não concede reembolso para compras realizadas em navios ou em aeronaves. Além disso, se quiser fazer troca de um produto adquirido no navio, só durante a viagem na loja que você fez a compra. Depois disso, não mais. Nos aeroportos, você tem o prazo de 30 dias.

Caso quem realizou a compra do Dufry não possa ir até o local de troca, outra pessoa pode ir no lugar? Sim, desde que essa pessoa esteja portando toda a documentação solicitada para a troca.

Troca no Free Shop na prática

A (quase não) troca na loja

Agora, vamos à minha experiência, minha gente! Já comentei com vocês que tive um vôo pegajoso na volta de Santiago e o Dufry fez parte das emoções do momento.

Foi o seguinte: na minha ida para Santiago, passei na loja do aeroporto de Guarulhos e comprei um produtinho que queria há tempos. Querem saber o que, né? Um bom carregador portátil para o meu smartphone, porque os que andava achando no Brasil, só permitiam uma carguinha para uma ou duas horas. Achei um maravilhoso no Dufry e levei.

Quando cheguei no apê de Santiago, segui os procedimentos do manual à risca e deixei o meu novo brinquedinho carregando. No dia seguinte, na hora de usar, com o telefone já descarregado, cadê que o bichinho funcionava? Frustração total. Sabe aquela cena da criança que teve o brinquedo roubado?!? Foi a minha cara. Literalmente.

Tudo bem, Day. Você vai passar quase 1 mês no Chile, mas ainda dá para pegar o prazo (no limite, como tudo na vida da pessoa :P). Enfim, vamos tentar a troca na volta.

Free Shop - Aeroporto de Guarulhos
Feliz da vida no Free Shop do Aeroporto de Guarulhos, na ida

Cheguei na volta em Guarulhos e já tinha planejado: vou passar no Dufry e trocar meu carregador. Cheguei lá perguntando para onde poderia me dirigir para realizar minha troca (não tinha visto os caixas ainda) e a pessoa já me responde: você não vai poder trocar aqui. Como assim?

Falei com a responsável de vendas do momento. Bom, pelo menos era a que se apresentou como tal, mas depois contou que a gerente mesmo estava jantando. Ela disse que não poderia fazer a troca por “restrições da própria Receita Federal”. Perguntei do que se tratavam as restrições e aonde aquilo estava escrito. Não tive uma resposta sequer.

Conclusão: fui na RF e perguntei aos oficiais sobre a restrição. Advinha? Era o que já tinha falado para vocês ali em cima. Apresenta a nota na RF, respeita a cota ou declara e paga pelo que ultrapassar. Como se tratava de um valor menor que 100 USD, qual o problema? O oficial disse que não havia problema nenhum no meu caso.

Voltei para a mesma atendente e informei sobre o que a RF me passou. Só então que ela decidiu ligar para a gerente, que em nenhum momento falou de restrição. Só questionou se era o mesmo produto e se havia disponibilidade na loja. Depois foi tirar xerox da nota, testar o produto (pelamor, né? Chega de produto ruim!) e sair feliz para apresentar minhas comprinhas na Receita. 🙂

O Dufry afirma que faz a troca desde que a legislação local permita. Se ela não permitisse, tudo bem. Mas, se está tudo OK, por que teria que partir para a troca fora do Aeroporto e gastar mais ainda do precioso tempo sem a menor necessidade?

|Ainda vale a pena comprar no Duty Free de Puerto Iguazú?|

A troca via SAC: a experiência da Andrea

A Andrea do blog Do RS para o Mundo passou por uma história parecida, no mesmo aeroporto. Vamos deixar ela contar, né?

Free Shop - Óculos
A Andrea experimentou trocar um óculos no Dufry

“Em julho, indo para a África do Sul, comprei um óculos em GRU. O vendedor me trouxe um fechado, na embalagem, porque não quis me dar o do mostruário. Como estava na hora do vôo, não conferi.

Logo depois, ao experimentá-lo novamente, percebi que não era o mesmo modelo que eu havia escolhido e eu não tinha tempo hábil para retornar na loja e trocar porque meu embarque estava próximo.

Guardei tudo conforme recebera (inclusive embalagem) e na volta passei na loja para ver a possibilidade de troca. Fui orientada por uma vendedora a entrar em contato com o SAC da empresa, que não haveria nenhum problema.

Logo que cheguei, fiz contato com o SAC e um protocolo foi aberto. Escaneei os documentos para que eles localizassem a compra. Recebi um email com as orientações que tinha que seguir. Eu poderia trocar por outro produto, para isso deveria enviar o número de referência do óculos escolhido (o que não consegui localizar nem no site da Dufry e nem no oficial da marca), que eles me enviariam o correto; ou, a opção que escolhi, a devolução do dinheiro.

Enviei o óculos com cópia da NF, do passaporte e do CPF, bem como na embalagem original e da Dufry para o endereço que me passaram e, em cinco dias úteis após o recebimento do produto, houve o depósito do valor na conta bancária que informei.  Não tive nenhuma dificuldade para efetuar a devolução. Achei excelente o serviço prestado pela Dufry.”

Viu? Também existem experiências felizes de troca. 🙂 Obrigada, Andrea, por compartilhar com a gente!

E vocês? Já precisaram fazer alguma troca no Free Shop? Como foi?

Apaixonada pela vida, tenta viver a expressão "carpe diem". Acredita que cada viagem é um meio de aprender mais sobre a humanidade e o seu próprio eu, por isso ama pôr o pé na estrada. Gosta de contribuir para que outras pessoas tenham experiências cada vez melhores de viagem, por isso quando sabe que um amigo vai viajar, já vem com sua listinha de dicas. A melhor viagem? É sempre a do momento.

11 COMENTÁRIOS

  1. Sempre compramos no Dufry, como você disse, faz parte da viagem. Nunca compramos eletrônicos, geralmente nossas compras se resumem a perfumes, bebidas e chocolates e algumas vezes esmaltes que eu amo. Ainda não passamos pela necessidade de trocarmos nada, mas agora depois de ler esse post já sei como lidar caso surja essa necessidade. Adorei o post, super explicativo.

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